segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Grupo do Sul/Sudeste reivindica cumprimento de propostas da 5ª CNSI


No primeiro dia de discussões da Etapa Nacional da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI), em Brasília (DF), o grupo de delegados dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Interior Sul, Litoral Sul e Minas Gerais/Espírito Santo reforçou o pedido para que as propostas aprovadas durante a conferência sejam, de fato, executadas por parte dos distritos. A Etapa Nacional acontece no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB).

O pedido foi feito durante o debate promovido para discutir a Declaração da 5ª CNSI, documento que integra o relatório final da Conferência e faz uma síntese do conteúdo discutido durante os cinco dias da Etapa Nacional.

As lideranças indígenas presentes destacaram que não basta apenas aprovar as propostas, é preciso que o Controle Social Indígena mantenha pressão para que os encaminhamentos não sejam esquecidos.

Paulo Tupiniquim, delegado do DSEI Minas Gerais e Espírito Santo lembrou aos participantes as dificuldades encontradas no passado. “Muitos aspectos da 4ª CNSI estão novamente em pauta na 5ª CNSI. Temos que lutar para que as nossas propostas não fiquem apenas no papel”, argumentou o indígena.

Outra preocupação do grupo é com a integração do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), principalmente em relação a Média e Alta Complexidade. Ângela Charrua, delegada do DSEI Litoral Sul disse que muitas vezes o índio doente não tem o encaminhamento devido para os serviços de Média e Alta Complexidade e que é preciso ter foco nas ações.

“Antes de pensarmos em corrigir as falhas, temos que trabalhar para garantir uma atenção básica de qualidade nas aldeias, senão o índio já chega comprometido quando procura um serviço especializado”, afirmou.

Nesse sentido, a delegada Daniella Fernandes, médica do DSEI Interior Sul, explicou que os demais entes que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) também precisam exercer o seu papel na construção de uma saúde indígena de qualidade. “Temos que pactuar junto ao SUS (estados e municípios) para que a saúde indígena possa funcionar como uma rede. Não podemos mais deixar indígenas ficarem cegos porque não conseguimos encaminhá-los para as consultas com médicos oftalmológicos”, exemplificou.

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) Minas Gerais e Espírito Santo, Ivan Pankararu, alertou os presentes sobre o perigo de desvirtuar as discussões durante a Conferência. “Tudo o que discutimos é importante e precisamos ter cuidado para não cair no jogo político. As propostas têm que servir para todos”, lembrou o representante.

Por Francisco Assul 
Foto: Luís Oliveira - Sesai/MS

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