segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Cinco estados participam da Etapa Distrital da 5ª CNSI do DSEI Litoral Sul


Trezentos e doze delegados de cinco estados iniciaram, neste domingo (13), em Curitiba (PR), a Etapa Distrital da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI) do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Litoral Sul. O distrito, de maioria Guarani, tem população de 9.670 índios e é o único do país com abrangência em cinco estados.

O coordenador do DSEI, Paulo dos Santos Camargo, disse que os indígenas devem aproveitar o momento oportuno da Conferência para “pensar grande” e buscar melhorias na saúde indígena do sul do país. “Esta é a primeira conferência após a criação da Sesai e ela é de todos nós. Temos que pensar alto, de forma positiva para melhorarmos o distrito”, reforçou.

O diretor do Departamento de Saneamento e Edificações da Sesai, Carlos Madson, destacou os avanços conquistados desde a criação da Pasta, mas frisou que os desafios ainda são muitos. “Ao ver apresentações como a do coral de jovens indígenas, aqui no evento, nos lembramos da imensa responsabilidade que temos, que é de avançar na saúde indígena. Conquistamos muitas coisas, mas ainda há muito a ser feito, argumentou o gestor.

Madson frisou que a questão indígena não é mais um assunto segmentado dentro da sociedade. “Atualmente, as questões indígenas são importantes para todos nós, não apenas para os indígenas”, completou.

Trabalho de bases
O secretário-geral da 5ª CNSI, Clóvis Boufleur, destacou o caráter singular da 5ª CNSI, no sentido de permitir a participação dos indígenas que vivem nas aldeias. “Eu já participei de três outras conferências indígenas e esta é a primeira que as discussões foram iniciadas dentro das aldeias, com a Etapa Local”, salientou.

Para o conselheiro, é importante que as decisões da 5ª CNSI tenham acompanhamento constante no futuro, como forma de garantir que o evento não seja apenas transitório e caia no esquecimento. “Devemos realizar pós-conferências no próximo ano para conferir a aplicação das propostas”, concluiu Clóvis.

Carmen Pankararu, membro da Comissão Organizadora da Conferência disse que o momento é de “pensar na saúde de forma ampla” e que as melhorias na saúde indígena passam por uma distribuição melhor das obrigações entre os órgãos do governo. “Esta na hora da Fundação Nacional do Índio (Funai), dos municípios e dos estados assumirem as suas obrigações”, reforçou Carmen.

Mara Kambeba, também da Comissão Organizadora, ressaltou o momento histórico da 5ª CNSI, e disse aos delegados presentes que todos devem aproveitar ao máximo a oportunidade de discutir saúde indígena. “Nós temos a diferenciação no papel, mas, de fato, isso não ocorre. Precisamos encontrar uma forma de mudar isso”.


Nesta segunda-feira (14), os delegados acompanham apresentações teóricas sobre os eixos temáticos da Conferência e iniciam os trabalhos em grupo para a escolha das propostas a serem enviadas a Etapa Nacional, que acontecem de 26 a 30 de novembro, em Brasília (DF).


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